A Arte da Palavra.
A Língua Portuguesa é uma das mais bonitas do mundo e a sua prosa e poesia, um monumento literário da Humanidade.
A criação literária é algo que desde sempre fascina. Como entendo que ESCREVER é a forma mais bela de demonstrar os sentimentos mais intímos e profundos de cada nós foi com natural satisfação e muita alegria que aceitei vários convites da Chiado Editora para participar em alguns DESAFIOS LITERÁRIOS.
Foi mais uma oportunidade de recorrer à ARTE para desenhar e pintar com PALAVRAS.
“Natal em Palavras” - Coletânea de Contos de Natal Chiado Books
15 Dezembro 2018 – Sessão Lançamento no Hotel Pestana Palace Lisboa
Foi com grande surpresa e alegria que recebi o convite da Chiado Books para escrever um pequeno Conto de Natal para fazer parte da Coletânea de Contos de Natal (2 volumes) do Grupo Editorial Chiado e que contou com cerca de 570 contos de Natal, incluindo um de minha autoria.
A obra, intitulada “Natal em Palavras” foi apresentada no dia 15 de Dezembro, pelas 15h30, no Hotel Pestana Palace Lisboa, um dos espaços mais nobres e elegantes da Cidade de Lisboa. Contando com uma assistência de cerca de 800 pessoas, este evento será uma memória única para quem participou, celebrando a magia da Literatura e do Natal.
A quadra festiva do Natal foi assim marcada por palavras… porque para além de serem escritas e ditas podem também ser uma tradição feita por qualquer um de nós.
NATAL EM PALAVRAS
Este Natal não é mais um Natal.
Não há natais que se repitam ou que se sucedam.
Quando criança, mais tarde adolescente e já mulherzinha, o Natal era sinónimo de festa, alegria, cor, brilho, magia. O Natal era sempre único e irrepetível! A festa da família, do encontro, do verdadeiro encantamento.
Esta é, por tradição, a época da boa vontade e da harmonia e como gostava que fosse o ano inteiro. Que em todos os dias, ao acordarmos, pensássemos um pouco nos outros, na solidariedade, nos afetos, nas pessoas que menos podem e mais sofrem.
O Natal celebra o nascimento de Deus feito Homem através do seu filho Jesus Cristo, cuja missão foi sacrificar-se para nos salvar. É esta mensagem de abnegação e doação da nossa vida pelos outros que gostaria hoje de aqui enfatizar.
Nestes momentos de Presépio, permitam-me que me dirija sobretudo a todos aqueles que vivem esta Quadra inundados pela tristeza da solidão, do desespero, da carência, da intolerância e da segregação do preconceito, da doença, da velhice.
A todos eles gostava de envolver num abraço solidário.
Para ti, querida e amada Mãe… neste Natal, como em todos os outros dias do ano, escrevo apenas duas palavras: Saudade e Amor.
Vera Mendes
“Três Quartos de um Amor” - Coletânea de Cartas de Amor da Chiado Books
16 Fevereiro 2019 – Sessão Lançamento no Hotel Pestana Palace Lisboa
Enquadrado um pouco, mas não necessariamente, no Dia dos Namorados o segundo desafio consistiu em escrever uma Carta de Amor.
Julga mal, quem pensa que uma Carta de Amor só faz sentido escrever para o seu amado (a). Uma Carta de Amor pode ser destinada aos nossos familiares mais queridos, até mesmo àquele amigo (a) mais colorido (a). O que importa é transmitir para o papel o seu sentimento mais profundo e verdadeiro e só assim poderá nascer talvez uma Obra de Amor.
A Sessão de Lançamento decorreu no dia 16 de fevereiro 2019 na Sala Belém do Pestana Palace Hotel, um evento que esteve repleto de promissores “escritores” e que encheu o coração de todos os presentes, com a leitura de várias Cartas de Amor, algumas mais profundas, outras mais divertidas…
Quantas perguntas suscitam uma Carta de Amor…
Quantas cartas de amor já terei recebido ao longo da minha vida?
Será que descobrem se existe alguém na minha vida ou é só ficção?
Será que sou correspondida e receberei uma Carta de Amor?
Escreva uma e conhecerá o encanto e a graça de transmitir o que lhe vai na Alma e no Coração…
CARTA DE AMOR
Se eu te dissesse…
Quando te conheci, não pensei que iria durar muito tempo. Achei que era só mais uma brincadeira e um “tchauzinho” no final. Mas foi muito além do que eu esperava. Até esse dia, todos os homens do Universo, eram iguais para mim, só mudavam de endereço.
Agora vejo que existem exceções e tu és uma delas.
Trouxeste o colorido, o brilho dos meus olhos, o meu sorriso sem graça, minhas bochechas avermelhadas e aquelas borboletinhas no estômago.
Coisas que eu achei que nunca mais sentiria por outra pessoa, a não ser por aquele idiota que só me fazia sofrer.
Enquanto eu olho nos teus olhos, tu colocas a mão na minha bochecha e, logo depois colocas a minha franja que sempre cai no meu olho, atrás da orelha, dando aquele beijo delicado e demorado.
Tu és o único que olhas diretamente nos meus olhos e eu admiro tanto isso em ti.
Já te disse o quanto fico sem graça quando olhas para mim e eu não sei o que fazer e acabo rindo?
E se eu te dissesse que és perfeito?
E se eu te dissesse que te amo e fizesse você me amar.
Eu diria EU TE AMO
Sem medo e sem pensar.
Vera Mendes
“Liberdade” - I Volume da Antologia da Poesia Livre da Chiado Books
13 Abril 2019 – Sessão Lançamento no Hotel Pestana Palace Lisboa
Posso afirmar que escrever Poesia é um verdadeiro desafio, pois uma coisa é escrever um verso, uma quadra bem simples e pequenina, outra coisa é refletir e exprimir em palavras e em forma de Poema, um determinado tema.
Mas como gosto de desafios, especialmente todos aqueles que se relacionam com o mundo das artes e das letras, aceitei mais este convite para participar e o meu texto foi um dos selecionados, o que me deixou francamente feliz, e claro, muito convencida, de que afinal também sou capaz de escrever um texto poético. Basta tentar e querer!
A Sessão de Lançamento do I Volume da Antologia da Poesia Livre, intitulada “LIBERDADE” realizou-se no dia 13 de Abril, pelas 15h00, no Pestana Palace Hotel, um espaço de grande beleza que tem proporcionado vários lançamentos de livros da Chiado Editora, proporcionando eventos de relevante interesse cultural.
É caso para dizer…LIBERDADE é poder ler um livro num banco de um jardim!
LIBERDADE
Liberdade é pouco.
O que eu desejo ainda não tem nome
Desejo a liberdade
De pensar
De agir
De ir e vir
De ser assim
Desejo a vida
Com altos e baixos
Com trilhos e asfaltos
Com sol e chuva
Com amor na madruga
Desejo amar
Com simplicidade
Com fraternidade
Com atração
Com paixão
Desejo a liberdade
Das formas
Das cores
Dos sabores
Dos amores
É a minha essência, não posso mudar.
Se um dia for diferente, não serei mais eu…
Vera Mendes
“Tributo” - I Volume Homenagem a Autores Marcantes da Literatura Universal
8 de junho 2019 – Sessão Lançamento no Auditório da Feira do Livro de Lisboa
A participação em mais uma obra publicada pela Chiado Editora revelou-se um desafio muito aliciante e entusiasmante, considerando a plêiade de escritores e poetas que merecem o nosso reconhecimento e homenagem a nível universal.
O amor sempre esteve entre os principais temas da literatura. Na verdade, o amor sempre e sempre estará entre os principais temas das diversas manifestações artísticas, pois entre todos os sentimentos, é, indubitavelmente, aquele que mais aproxima o ser humano da arte.
Em suma, apesar de ser um sentimento comum a todos, a interpretação do Amor na literatura nacional e internacional é abordada de maneiras diferentes em géneros literários, épocas e autores distintos.
Participar neste desafio literário exigiu de mim alguma pesquisa mais apurada até ter percebido que de entre todos os poetas, se evidencia uma mulher que se denominou a ela própria de “Poetisa Eleita” e que aborda de forma sublime o tema do Amor, entre muitos outros sentimentos de grande complexidade e à qual fiquei completamente “rendida”, considerando então que seria a esta Poetisa que iria dedicar o meu “Tributo”.
Refiro-me a Florbela Espanca.
A Sessão de Lançamento da Obra “Tributo” – I Volume Homenagem a Autores Marcantes da Literatura Universal realizou-se no dia 8 de Junho de 2019 no Auditório da Feira do Livro de Lisboa, um espaço muito bem escolhido para dar a conhecer os co-autores deste I Volume e com o qual me congratulo por ter participado.
Esta é assim uma excelente oportunidade para marcar presença num dos eventos mais aguardados e marcantes para todos aqueles que gostam de livros, sejam miúdos ou graúdos. Para além de proporcionar o conhecimento e a aquisição de livros a preços mais acessíveis, são muitos os atrativos que a Feira do Livro de Lisboa oferece a todos os seus visitantes.
O evento atraiu uma vez mais numeroso público até porque o espaço e o ambiente era propício para falar de palavras, livros, tributos e amor…
Florbela Espanca – A poetisa eleita
São tantos os vieses que a história da escritora Florbela Espanca propõe, que sem hesitar, logo escolhi, para aqui homenagear, aquela que um dia escreveu Um amar perdidamente…
Florbela Espanca trancou-se no quarto. Já passava das duas da manhã. Que presente poderia ela querer naquele 8 de dezembro de 1930, seu 36º aniversário? Ninguém sabe. Ao marido, deixou a recomendação de que não fosse incomodada até à manhã seguinte. E de fato nenhuma pessoa o fez, nunca mais. Naquela madrugada, deitada na cama, sem haver gestos novos nem palavras novas – como dias antes escrevera pela última vez no que havia intitulado de “Diário do Último Ano”, a poeta portuguesa suicidou-se.
Ao longo dos seus breves, porém intensos, trinta e seis anos, escreveu poesia, contos, um diário e epístolas, além de ter sido responsável por traduzir vários romances para a língua portuguesa e ter colaborado para revistas e jornais.
Exímia sonetista, tendo assemelhado a sua linguagem à linguagem de Luís Vaz de Camões e de Antero de Quental, os seus poemas frequentemente traziam à tona temas como a solidão, a tristeza, o erotismo, o desencanto, a saudade, o sofrimento, aliados à busca incessante pela felicidade.
Dona de um temperamento forte, só fazia o que lhe agradava, principalmente escrever. Ela era incapaz de viver submissa a um homem, por mais que o amasse. Não aceitava que o amor fosse o confinamento da mulher. Mas amar, justamente, era o motor propulsor da escritora. Sentimento este que é agudo na sua obra e inato nos versos como: “Eu quero amar, amar perdidamente / Amar só por amar: Aqui… além / Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…/Amar! Amar! E não amar ninguém!”
Para Florbela o que importava eram os seus sentimentos, as suas emoções, o seu mundo particular que não suportando guardá-lo para si, explodiu nos seus versos.
Florbela, poetisa, não pode ser separada da sua condição de mulher, das suas paixões, da sua vida, das suas contradições, da sua presença e ausência, seus amores e desamores. A sua única preocupação é ela própria, o amor, a paixão… o querer e o não querer. Essa relação mulher-paixão e a exaltação ao exprimir-se sobre si própria, contribui para que lhe faça hoje aqui a minha singela homenagem.
Considera-se “poetisa eleita” e dona de inspiração e versos perfeitos. Florbela é diferente e mostra-se diferente.
Fernando Pessoa escreveu um poema datilografado e, não datado, de nome “À memória de Florbela Espanca” e a descreve como “alma sonhadora/irmã gémea da minha!”
O culto de Florbela começa nela mesma. Florbela deixa-nos uma obra admirada e exaltada por muitos, mas leva consigo o sentimento e sua figura enigmática, magestosa e extraordinária para todo o sempre. É dela, a melhor definição de quem foi e ainda existe: “O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades… sei lá de quê!”
Vera Mendes