SANTA MARIA DA FEIRA | FESTA DAS FOGACEIRAS
História . Tradição . Identidade
“Na essência da Festa das Fogaceiras, encontramos a alma de Santa Maria da Feira e das suas gentes. Mais do que um evento é a celebração viva da nossa identidade coletiva, um legado que carregamos com orgulho ao longo dos séculos e que simboliza a devoção, a tradição, a união. Continuamos juntos a fortalecer os laços que nos ligam ao passado e a escrever a história que moldará as gerações vindouras”.
Emídio Sousa,
Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
A Festa das Fogaceiras é a mais emblemática festividade do concelho de Santa Maria da Feira uma herança de devoção e identidade do povo das Terras de Santa Maria que se renova a cada ano. É a expressão sentida de respeito e pertença a tradições que fazem a História de Santa Maria da Feira.
Esta festa teve origem numa promessa do povo ao Mártir S. Sebastião, em 1505, ltura em que a região foi assolada por uma peste “brava e cruel” que assolou a região da Terra de Santa Maria em 1505. Em troca de proteção, o povo prometeu ao santo honrá-lo anualmente com uma procissão e a oferta de um pão doce chamado Fogaça.
A peste passou e S. Sebastião tornou-se o santo protetor de todo o condado da Feira. Assim nasceu a Festa das Fogaceiras.
A celebração faz-se de branco e pão doce. Parece simples, mas a Festa das Fogaceiras é composta por rituais, momentos e detalhes singulares que cruzam o civil e o religioso.
Todas as atenções recaem sobre as 250 meninas vestidas de branco, com cintas coloridas e de fogaça à cabeça que desfilam no cortejo cívico e na Procissão, formando um quadro que desperta sentimentos ímpares a todos os que participam e testemunham esta mostra de devoção.
Os rapazes, aqui, não entram, porque desde sempre, foram as meninas puras que cumpriram o voto a S. Sebastião. Essa pureza é representada pelo branco escolhido para as vestes das meninas, do vestido às meias os sapatos, às luvas às fitas no cabelo, apenas quebrado pelo azul e vermelho das faixas que levam à cintura simbolizando as cores da bandeira do concelho. Também à cabeça as cores se revelam nas bandeiras que vão no topo das fogaças, o famoso pão doce tradicional, cujo formato lembra a torre de menagem do Castelo de Santa Maria da Feira, com os seus quatro coruchéus.
Durante meses, a comunidade prepara esta celebração. É um esforço conjunto que se revela, por exemplo, através do projeto comunitário “Ponto Fogaça” que reúne dezenas de tricotadeiras que produzem artesanalmente casacos de lã branca para agasalhar as pequenas fogaceiras que vão desfilar.
Numa demonstração de identidade e de pertença às tradições do território, confrades de palmo e meio são investidos Escudeiros para defender o genuíno pão doce de Santa Maria da Feira: a Fogaça da Feira. A cerimónia de Entronização dos Escudeiros com imposição das insígnias, entrega de diploma e prova de fogaça é um dos momentos mais marcantes da Confraria da Fogaça da Feira que integra o programa da Festa.
A justificar o estatuto de Santa Maria da Feira como Cidade Criativa da UNESCO, no âmbito da Gastronomia, nas mesas do território surgem as mais variadas receitas alusivas à iguaria-rainha da terra. Por estes dias, honrar São Sebastião e celebrar a história local implica obrigatoriamente comer fogaça.
Mais do que um evento, a Festa das Fogaceiras é a celebração viva da sua identidade coletiva, um legado transmitido com orgulho, ao longo dos séculos e que simboliza a devoção, a tradição, a união das suas gentes, numa identidade coletiva que é única e eterna.