Festa dos Tabuleiros

A cidade de Tomar enche-se de cor, beleza e alegria para receber uma das celebrações mais emblemáticas e bonitas do País: a Festa dos Tabuleiros, considerada património cultural imaterial nacional.

Esta manifestação religiosa e cultural realiza-se de 4 em 4 anos, no princípio de julho e, durante dez dias, a cidade dos templários é embelezada pela animação do evento e pela participação de milhares de pessoas, atraindo visitantes dos quatro cantos do mundo.

A festa tem origem antiga e incerta: há quem defenda remontar aos cultos pagãos e ter sido cristianizada no século XIV pela rainha Santa Isabel. Já no século XVI os tabuleiros podem ter-se inspirado no trabalho dos mestres e artífices que erigiam os monumentos manuelinos da cidade. Na base de cada tabuleiro está um cesto, coberto com um pano de um branco imaculado, sobre o qual é erguida uma estrutura que suporta 30 pães, de 400 gramas cada, e uma coroa encimada pela Cruz de Cristo, pela esfera armilar, instrumento de navegação transformado em símbolo real, ou uma pomba branca, representação de divindade. A intercalar estão dezenas de flores em papel, numa alusão à lenda da Rainha Santa Isabel e do milagre das rosas.

Cada tabuleiro é acompanhado por um homem e uma mulher, cabendo à última carregá-lo sobre a cabeça. O traje feminino compõe-se de vestido comprido, com uma fita colorida a cruzar o peito, levando no alto os Tabuleiros; o traje masculino é uma simples camisa branca e mangas arregaçadas, calças escuras, barrete ao ombro e gravata na cor da fita da rapariga.

Ao Cortejo, ponto alto dos festejos, associa-se um rico conjunto de intervenções culturais e recreativos, de que se destacam o Cortejo dos Rapazes, os Jogos dos Rapazes, as Ruas Populares Ornamentadas, o Cortejo do Mordomo, Cortejos Parciais e Jogos Populares complementam-se até ao Cortejo dos Tabuleiros que ocorre no domingo.

O Grande Cortejo dos Tabuleiros é um caudal imenso de cor e música e consiste na apresentação de ofertas, os Tabuleiros, que representam o cumprimento de promessas ao Divino Espírito Santo. Tambores, clarinetes, flautas e outros instrumentos da banda anunciam e marcam o passo. As palmas soam em força e os gritos de “Viva a Festa!” recebem o cortejo.

A fechar o Cortejo vão os carros triunfais do pão, da carne e do vinho puxados pelos bois do sacrifício simbólico.

No dia a seguir ao Cortejo, ainda se mantém a tradição da Pêza que consiste na partilha do pão e da carne pelas populações.

Outra das tradições mais antigas presente na Festa dos Tabuleiros são os tapetes de flores de papel que decoram várias ruas da cidade, dando assim mais cor e alegria à comunidade local e aos visitantes. Quem visita Tomar por estes dias deslumbra-se com as ruas ornamentadas com milhares de flores, numa profusão de cor que celebra a fé e a cultura que enche de orgulho a população de Tomar.

Para muitos, a Festa dos Tabuleiros é uma celebração da vida, das alegrias e das lutas, da força e resiliência do espírito humano, e da importância da comunidade e da tradição.