ALDEIA TÍPICA JOSÉ FRANCO
“José Franco, artista do barro e da vida – um grande homem do povo – um português que nasceu com o dom misterioso da beleza e a distribui como um bem de todos.”
Jorge Amado
Perto de Mafra, na pequena localidade do Sobreiro, um único homem dedicou toda a sua vida a construir uma aldeia portuguesa em miniatura, uma das mais conhecidas e mais encantadoras aldeias musealizadas do país – ALDEIA TÍPICA JOSÉ FRANCO.
Filho de pais humildes – o pai era sapateiro e a mãe vendedeira de loiça – teve quinze irmãos. A família produzia cerâmica utilitária, comercializada na região, por muitas feiras e mercados.
Visto que o Sobreiro era um importante centro oleiro, desde cedo José Franco conviveu com o ofício e, ainda criança, ao deixar a escola primária, aprendeu o ofício com dois mestres oleiros locais, antes de trabalhar por conta própria, aos 17 anos de idade. Nessa época, reabilitou a olaria que tinha pertencido ao avô.
Em 1945, José Franco idealizou construir ao pé da casa em que vivia e da sua oficina de oleiro um museu vivo da sua terra que reproduzisse os hábitos, as actividades laborais e alguns aspectos e tradições da vida rural.
Cores fortes, casinhas com os vários ofícios e todo um enquadramento mágico que nos remete à infância. Sim, ali o mundo é de brincar. É o moinho de vento a trabalhar, as casinhas do moleiro, do sapateiro, do barbeiro-dentista, a escola e o recreio, a casa do lavrador, a cozinha saloia, a adega, a capela sob invocação de Santo António. E até, imagine-se, uma reprodução da vila piscatória da Ericeira. Em cada um desses mini espaços, havia também um número limitado de utensílios relacionados com os respetivos ofícios.
Uma viagem de sonho ao lado mais tradicional e rural de uma aldeia típica de Mafra.
JOSÉ FRANCO foi reconhecido em todo o mundo e até no Vaticano se encontram obras da sua autoria. Amigo de artistas, nacionais e estrangeiros, privou com os maiores ícones culturais lusófonos do século passado, admiradores do seu talento popular.
Falecido em 2009, foi erguido um Museu, dedicado a este Génio Popular, onde se mantém a sua fascinante Aldeia-Museu.
Na Aldeia de José Franco cabe a dedicação de uma vida à nobre atividade da olaria, expondo a rica cultura artesanal no “pequeno mundo” que, ainda hoje, cativa crianças e adultos.
A Aldeia Saloia José Franco é a concretização de um sonho e visitá-la é, um pouco também, sonhar!
A Câmara Municipal de Mafra lançou o livro “Mestre José Franco – o Homem e a Obra”, como forma de assinalar o centenário do seu nascimento, mas também reconhecer a genialidade do saudoso artista que foi precursor do figurado de barro; recordar o contributo do filho da terra que recriou o modo de viver da região saloia e prestar também um tributo ao trabalho de gerações de oleiros que souberam honrar uma imemorial tradição da identidade do Concelho de Mafra.
ALDEIA DA MATA PEQUENA
Entre os montes e vales da região saloia, a ALDEIA DA MATA PEQUENA, situada em Igreja Nova – Mafra, é um pequeno povoado rural com uma dúzia de habitações, onde ainda se vive em comunhão com a natureza e se respira pacatez, serenidade e autenticidade.
Integrada numa paisagem surpreendentemente preservada, Diogo Batalha e Ana Partidário, apaixonados pela identidade da arquitetura tradicional da Região Saloia, lançaram mãos à obra para a resgatar do estado de ruína em que se encontrava. E quiseram partilhá-la consigo!
A ideia foi respeitar rigorosamente a identidade de cada uma das casas, desde a arquitetura, aos materiais de construção e ao mobiliário, dotando-as simultaneamente de todas as condições de conforto e de habitabilidade dos nossos dias.
Pequenas, rústicas e muito acolhedoras, as pequenas casas que compõem a aldeia estão decoradas com peças e objetos de outros tempos, pequenos detalhes que fazem toda a diferença e que proporcionam um clima de aconchego, de lar, de interior bem caseiro.
De forma a que os visitantes se sintam verdadeiros aldeões, na cozinha de cada casa há produtos da região para o pequeno-almoço, entre eles pão de Mafra, cozido em forno de lenha, deixado ainda a fumegar em todas as portas.
Ainda tem um largo central com “capela”, um miradouro para sentar e admirar a imensidão verde ao redor e uma “lavanderia” pública, daquelas de antigamente e ainda em uso, com roupas a secar ao sol.
Passar uns dias na ALDEIA DA MATA PEQUENA permite um regresso a um estilo de vida campestre pelo facto de ali persistirem animais de quinta como o burro, o porco, as cabras, os coelhos, os perus, os patos e as galinhas. A Mata Pequena possui uma área dedicada a preservar o burro tradicional da região. As “burricadas” com os pacíficos e simpáticos burrinhos, proporcionam aos miúdos e graúdos momentos de grande alegria e divertimento.
São proporcionados ainda diversos passeios que permitem a descoberta de rios, cascatas, azenhas e moinhos. Se preferir, pode andar a cavalo ou dar um passeio num jipe.
Para quem visita, passeia ou fica hospedado na ALDEIA DA MATA PEQUENA, vive em comunhão com a natureza, onde o modo de vida de antigamente se mantém preservado através dos cheiros, das cores e das tradições.
Já pensou juntar história, cultura e paisagem natural deslumbrante? E ainda tradição, conforto e lazer que convivem na perfeição?
Ao dar a conhecer a ALDEIA DA MATA PEQUENA, pretende-se convidar e sensibilizar o visitante para a salvaguarda, divulgação e valoriação deste importante testemunho patrimonial.
É o ponto de partida perfeito para ir conhecer Mafra e a Ericeira, por exemplo, assim como a Aldeia Típica José Franco.
A ALDEIA DA MATA PEQUENA é aquele lugar repleto de ternuras e pedaços de um passado que fizeram a infância de alguns de nós, que nos avivam memórias, respeitando a alma de outros tempos…