“Todo o caminho da serra é um jardim, onde a natureza e arte maravilhosamente se combinam, o mais belo passeio que se pode imaginar.”
Hans Christian Andersen – “Uma Visita a Portugal, 1866”
Se há paragem no mundo que mereça a designação de terra encantada, é SINTRA certamente.
Majestosa e pitoresca, SINTRA é uma exuberância de dádivas da Natureza que o Homem enriqueceu, ao longo dos séculos, com a sua arte e engenho que lhe granjeou, em 1995, a classificação de PAISAGEM CULTURAL – Património da Humanidade pela UNESCO.
SINTRA é um lugar para se sentir… não basta falar dele, contar a sua história ou descrever a sua paisagem. É um lugar místico e sedutor…
Procurada no passado, por reis e aristocratas que construíram belos palácios, quintas e mansões senhoriais, envolvidas por jardins e parques de vegetação luxuriante criaram uma atmosfera romântica perfeita e locais de sonho. O mistério que envolve a sua serra, ou Monte da Lua; a densidade cromática da paisagem que nos surpreende, o mar inspirador do litoral; as suas lendas e tradições ancestrais, fazem de SINTRA o “Glorioso Eden” que Byron tão bem soube cantar.
INSPIRAÇÃO DE VIAJANTES, ARTISTAS E ESCRITORES
“Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto, e nunca vi nada, nada, que valha a Pena. É a coisa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor e, lá no alto, está o Castelo do Santo Graal”.
Richard Strauss, Compositor
A beleza e a magia da paisagem, fez com que SINTRA se tornasse a musa inspiradora, o local de eleição dos inúmeros viajantes estrangeiros, da aristocracia portuguesa e de artistas e escritores. Perdiam-se na serra entre quintas e herdades, casas senhoriais escondidas no verde mágico de Sintra, subiam ao Castelo, pasmavam-se em palácios e passeavam a pé ou de carruagem, deixando testemunhos que imortalizaram a sua magnificência em escritos que percorrem todo o mundo.
SINTRA é o lugar paradisíaco cantado por Lord Byron (1788-1824) nas suas estadias no Hotel Lawrence. Ele fala da que é ‘talvez a mais bela vilazinha do mundo’ e eleva-se nas palavras ao chamar-lhe ‘Éden glorioso’.
William Beckford (1760-1844), diplomata e viajante compulsivo era mais dado aos detalhes: ‘a fresca brisa, impregnada do perfume de ervas e flores aromáticas, parecia infundir um novo alento nas minhas veias, um irresistível desejo de me prostrar por terra e adorar neste vasto Templo da Natureza a origem e a causa da vida’.
As diferenças entre o que os visitantes estrangeiros escolhiam ver de SINTRA não difere muito do que os escritores e artistas inspirados faziam questão de palmilhar e descobrir.
De Fernão Lopes e Gil Vicente a Ferreira de Castro (que ali viveu e trabalhou e em Sintra está sepultado à vista da serra), os escritores portugueses sempre cantaram os encantos da terra como uma bênção à qual nunca faltam as palavras e sobram os adjetivos. João de Barros, Luís de Camões, Almeida Garrett, Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz, Teixeira de Pascoaes, Almada Negreiros, Vergílio Ferreira ou José Saramago, são alguns dos autores lusitanos que em passeio, breve estadia, temporada de inspiração ou visita irregular se deixaram prender pela magia de SINTRA.
SINTRA | DESTINO MÍSTICO, SEDUTOR E ROMÂNTICO DE PORTUGAL
O extenso património arqueológico comprova a ocupação da região desde a Idade da Pedra. A vila foi ocupada igualmente pelos Celtas, que cultivavam o culto da Lua. Alguns eruditas afirmam mesmo que o nome da vila remonta à época dos Celtas.
A ocupação romana deixou também numerosos traços da sua presença, nomeadamente, as inscrições funerárias em latim e algumas ruínas, entre as quais cumpre destacar SÃO MIGUEL DE ODRINHAS.
Mas o Monte da Lua guarda, nas suas entranhas, tesouros que atestam o fluir da história. Implantado em dois cumes da Serra de Sintra, o CASTELO DOS MOUROS leva o visitante aos tempos da ocupação árabe e da Reconquista Cristã.
Depois, aí está a singela decoração e os modestos materiais e espaços do CONVENTO DOS CAPUCHOS a recordar a austeridade cristã da Ordem Franciscana.
Da época muçulmana ficou a toponímia, as ruas estreitas e tortuosas e os becos, o Castelo, a Cisterna e o Paço Real ou PALÁCIO DA VILA.
A Idade Média trouxe-lhe o crescimento do centro urbano, grandes obras no Paço Real, que lhe acrescentaram as duas tão emblemáticas chaminés cónicas e belas igrejas de estilo gótico como a Igreja de Santa Maria.
Mas o grande legado vem-lhe do Romantismo que transformaria, para sempre, mas de forma harmoniosa e encantadora, a paisagem de SINTRA. Num píncaro da serra, ergue-se o PALÁCIO E PARQUE DA PENA.
Outros tantos palácios e quintas lindíssimas, como o PALÁCIO E PARQUE DE MONSERRATE, a QUINTA DA REGALEIRA e o PALÁCIO DE SETEAIS aninham-se nos frondosos Parques e Jardins aumentando o encanto e beleza da paisagem natural.
No início do século XX, SINTRA começou a desenhar-se como um local “chique”, onde a alta sociedade se foi paulatinamente instalando.
Situada no extremo oriental de uma pequena cadeia montanhosa que se eleva duma região rural entrecortada por montes e vales, SINTRA fica a escassos quilómetros do centro de Lisboa, de Cascais e do ponto mais ocidental da Europa, o Cabo da Roca.
A vila portuguesa de SINTRA com os fascinantes aglomerados urbanos da Vila Velha, da Estefânea e das aldeias que dão colorido à charneca saloia, constitui, sem dúvida, um local de inegável beleza e interesse histórico, cultural e natural.
SINTRA revela-se um lugar único no mundo que continua a atrair e a seduzir milhares de visitantes nacionais e turistas que, em cada nova visita lhe descobrem as riquezas e as belezas patrimoniais e paisagísticas que são pertença da Humanidade.
Cortesia/Créditos Fotografias: Parques de Sintra – Monte da Lua
Cortesia/Créditos Fotografias:
MASMO – Museu Arqueológico São Miguel de Odrinhas
QUINTA DA REGALEIRA
TIVOLI – Palácio de Seteais
ELÉTRICO DE SINTRA
O Elétrico de Sintra é um dos mais emblemáticos monumentos e pontos de atração turística da histórica vila Património Mundial da UNESCO, considerado um monumento móvel que conta a história da povoação e da serra que lhe dá nome. Com um percurso que liga a vila de Sintra à Praia das Maçãs, este centenário elétrico percorre a encosta da serra num fresco, bonito e agradável percurso que vai até uma das melhores praias da região. A viagem é feita em velocidade lenta, para melhor absorver a paisagem que a Serra de Sintra oferece.
Sintra tem tantos segredos para ver e descobrir que só uma visita não chega, para ser devidamente apreciada. Seja a pé, de charrete, de elétrico, ficará sempre com a vontade de repetir a visita muitas vezes ao longo da vida. Afinal, aqui o tempo parou e, no regresso, vamos encontrar sempre a mesma vila que nos apaixona desde a primeira vez…
ESCOLA PORTUGUESA DE ARTE EQUESTRE
Desde tempos imemoriais que em Portugal se cultiva um gosto especial pelo cavalo e pela sua utilização. Foi no nosso país que foi publicado, no século XV, o primeiro tratado de equitação e da Península Ibérica partiram os primeiros mestres que iriam difundir na Itália renascentista e a partir daí, no mundo civilizado, os princípios da Arte Equestre. Ao longo dos séculos, não obstante vicissitudes várias, Portugal tem sabido perseverar a sua tradição equestre, que importa proteger e divulgar, pois faz parte inequívoca do seu Património Cultural.
A história da Escola Portuguesa de Arte Equestre remete-nos para os tempos da Real Picaria, a academia equestre da corte portuguesa, fundada por D. João V, em 1748 e que utilizava o Picadeiro Real de Belém, como local de treino.
No século XIX, a Real Picaria foi encerrada, mas o seu trabalho não foi esquecido e está hoje presente nos costumes e tradições que a Escola Portuguesa de Arte Equestre mantém como sendo nucleares – os cavalos lusitanos da Coudelaria de Alter, os trajes, os arreios, os acessórios, recuperando os exercícios de equitação clássica, de equitação do período Barroco, exercícios dos Jogos de Corte, tendo também como objetivos promover o ensino, a prática e a divulgação da arte equestre tradicional portuguesa, um património cultural único no mundo.
A gestão da Escola Portuguesa de Arte Equestre foi entregue à PARQUES DE SINTRA – Monte da Lua, em setembro de 2012, estando sediada nos Jardins do Palácio Nacional de Queluz e com apresentações, espetáculos e galas regulares no Picadeiro Henrique Calado, em Belém.
A Escola Portuguesa de Arte Equestre proporciona uma verdadeira viagem no tempo, através da qual é possível admirar os “cavalos do reino”, proporcionado um elegante e majestoso “bailado” protagonizado por cavalos e cavaleiros ricamente engalanados e que revestem-se de grande beleza e qualidade artística, contribuindo para o desenvolvimento, promoção e preservação da Arte Equestre em Portugal.