UMA PÉROLA DA CIDADE DE LISBOA

“É preciso julgar as circunstâncias e saber que é disso que se faz a história, do modo como nos comportamos perante o momento em que vivemos. É isso que determina o futuro da nossa casa.”
Dom Fernando Mascarenhas (1945-2014)
12º Marquês de Fronteira
O legado que Dom José Mascarenhas deixou é maior do que as palavras e começa na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, nascida oficialmente em 1989 para preservar o PALÁCIO DOS MARQUESES DE FRONTEIRA, em São Domingos de Benfica, assim como o património cultural que conta três séculos da história de Portugal.
Se gostaria de realizar um passeio interessante e fora da rota turística mais usual de Lisboa, dirija-se a São Domingos de Benfica, com o Parque Florestal de Monsanto logo ao lado, para uma visita ao Palácio dos Marqueses da Fronteira, um dos palácios mais deslumbrantes e esplendorosos que encanta nacionais, mas principalmente turistas e que ainda hoje se mantém à distância do bulício da cidade. É assim desde sempre…
O PALÁCIO DOS MARQUESES DE FRONTEIRA, mandado edificar por iniciativa de D. João de Mascarenhas, 1º Marquês de Fronteira, foi a residência de campo dos marqueses de Fronteira.
Não se sabe exatamente a data do início da sua construção, mas sabe-se que em 1668, aquando da visita de Cosme III de Médicis a Portugal, o complexo se encontrava já em fase adiantada de edificação.
Destacando-se pela sua harmonia, proporção das formas e riqueza decorativa, este palácio revela-se um dos mais notáveis núcleos solarengos de Portugal. É constituído pelo corpo principal, ao qual foi construída uma nova ala adjacente no século XVIII e que tinha como objetivo inicial destinar-se a uma residência de verão. No entanto, após o terramoto de 1755 foi convertido a residência permanente devido à destruição da residência dos marqueses de Fronteira.
Apresenta uma arquitetura residencial, maneirista e barroca, sendo um exemplar de Quinta de Recreio que se preserva numa forma muito próxima do seu desenho original e em que o edifício do palácio se integra com o jardim, hortas, pomares e uma mata.
O Palácio encerra uma das maiores e mais notáveis coleções de azulejos, com particular incidência na Sala dos Painéis Holandeses, na Galeria das Artes e na Sala das Batalhas onde painéis de azulejos retratam a história do 1º Marquês de Fronteira, herói da Guerra da Restauração.
O colorido dos azulejos, a beleza das estátuas e os frondosos jardins que o compõem, são alguns dos encantos deste espaço, que o torna vivo, o humaniza e lhe confere a sua atmosfera especial.
O Palácio dos Marqueses de Fronteira, declarado Monumento Nacional, por decreto de 26 de fevereiro de 1982 é considerado um dos mais belos monumentos lisboetas do século XVII ainda habitado pelos descendentes de Dom João Masacarenhas, o 1º Marquês de Fronteira.
Para além dos Jardins acessíveis ao público, o visitante tem acesso às salas de aparato do palácio, Batalhas, Painéis, Quatro Estações e Juno, à Biblioteca, ao Terraço das Artes e à Capela.
Vale a pena sair um pouco da agitação do centro de Lisboa e conhecer este local idílico repleto de arte e cultura, onde a História se cruza com as vivências da contemporaneidade.
Fonte e Créditos Fotográficos:
Fundação das Casas de Fronteira e Alorna
Jorge Maio